A Ópera, um dos mais apreciados, complexos e apaixonantes géneros da expressão musical, nasceu em Itália nos alvores do Barroco (1600-1750). Foi em Florença que um grupo de poetas, eruditos, músicos e especialistas na cultura clássica, que formaram a chamada Camerata Fiorentina, assentaram as bases teóricas do novo género durante as três décadas anteriores ao nascimento do século XVII. Nos seus prolegómenos, a ópera inspira-se no Teatro Clássico Grego – que fazia uso do Canto como elemento dramático – e assimila elementos derivados do Drama Litúrgico, com uma longa tradição na Europa Ocidental e de algumas formas cénicas recentes como o Madrigal Rappresentativo, a Pastorale, a Masque e o Intermezzo. A primeira Ópera da História foi Dafne (Florença, 1598), com o texto de Ottavio Rinuccini e música de Jacopo Peri. Lamentavelmente, hoje apenas se conserva uma parte da sua música. Em 1600, Peri compôs Euridice (com texto de Rinuccini), estreada por ocasião das celebrações do casamento de Henrique IV e Maria de Médicis. A História da Ópera estava já em marcha.
A par com as outras artes, a Ópera evolui por todos os lados: em Itália, dramatiza-se com Vivaldi; em França, Lully e Rameau constituem os seus expoentes máximos; em Inglaterra, Henry Purcell (1659-1695) cria várias obras-primas como The Fairy Queen (1692) e principalmente Dino e Eneias, cuja beleza do Lamento de Dido ainda hoje é apreciada; Haendel (1685-1759), embora nascido na Alemanha, tem um papel decisivo no desenvolvimento da Ópera em Inglaterra, tendo composto dezenas de obras-primas, tais como Giulio Cesare (1723), Rinaldo (1711) e Xerxes (1738)… No fundo, a Ópera sintetiza a beleza de todas as artes, juntando a Música, com a Dança, o Teatro, a Arquitectura Cénica, tornando-se naquilo que Wagner veio a chamar, já em pleno século XIX, a Obra de Arte Total.
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